sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Conto da Cripta: Descobertas

Eu tinha 12 anos quando dei o meu primeiro beijo. Era uma menina mais velha. Filha do pastor, 14 anos, Luana. Cresci, fiquei muito mais próximo da igreja do que ela, que na semana passada se declarou homossexual. Fiquei sabendo hoje.

Por um instante pensei: "acho que não fui um bom primeiro beijo". Num segundo momento: "Nem a pau que fui o primeiro beijo dela". Uns 15 minutos depois disto: "Será que estou sendo homofóbico? Não, não. Ela chegou a me dizer que já tinha beijado outros garotos".

No fim das contas, sou só um gordinho inseguro.

Pego o telefone e ligo para ela. "Você já deve saber o que penso sobre homossexualidade. Não vou falar sobre isso. Quero apenas dizer que Deus te ama, embora não aprove tudo que você faz. Quero dizer que estou disponível para conversar e continuo seu amigo".

Fui o único a ligar até agora. Nem o pai telefonou. Como sou ridículo. Fico tentando mudar a religião, coisa que nem Jesus conseguiu ou mesmo tentou fazer.
Conto inspirado na família do Rei Davi e na vida de Esera Tuaolo, jogador da NFL que assumiu sua homossexualidade ao se aposentar. Tuaolo só recebeu ligação de um ex-colega na ocasião. Craig Sauer, cristão, disse de forma exemplar: "Você sabe que eu discordo da sua posição, mas você é como meu irmão. Se você é capaz de aguentar saber que vivemos discordando, ainda seremos amigos"

*Os Contos da Cripta deste blog são histórias fictícias de gente que está tentando morrer um pouquinho para que Cristo viva. É ficção, mas pode acontecer com qualquer um.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Poema: Maconha Santificada

Talvez o que eu escrevi abaixo escandalize alguém. Peço a estes que se escandalizem com o que merece, de fato, nosso repúdio. O poema é inspirado em artigo do Rev. Digão, publicado no Genizah.

Maconha santificada

Vamos todos nos dopar
Nosso mestre-traficante
Seu nome idolatrar
Se na Graça a gente pisa
Nosso ópio a mente frisa
Sacerdotisa: grana e cobiça
Vamos nos alienar
Porque o ungido do Sinhô
Chegou pra abençoar
Vamos nos amordaçar
Calar, cegar
E o Evangelho achincalhar
Quem precisa de cruz?
Ou de humildade?
Sou filho do Rei
Já ganhei prosperidade
Restitui,
Quero de volta o que é meu
O barato tá passando, adeus!
E finalmente caio em mim
De direito meu: só fogo eterno
Sou mais um indo para o inferno

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Conto da Cripta: O taxista e o carpinteiro

Uma obra de carpintaria dependurada no meu retrovisor. E quando olho a imagem refletida nele, enxergo a carpintaria humana em ação. Ninguém imagina a cidade que se vê do meu táxi. 


É um amontoado de realidade. Ninguém imagina o que se ouve dentro de um táxi. São as visões da realidade.

Paro ao lado calçada, uma mão balançando chama a minha atenção. Jovem de terno entra no carro. Em busca do primeiro emprego, está indo para a entrevista. Atrasado. Se eu fizer um caminho alternativo, acho que ele chega a tempo.

Nossa conversa também toma um rumo alternativo. Quando pergunto a ele porque resolveu trabalhar com contabilidade, ele me responde que não sabe. Achava que poderia ganhar algum dinheiro e usar números, mas sem as complicações da engenharia.

Decido moldar um pouco do caráter deste moço. Uns 15 minutos para chegarmos ao destino. Pergunto a ele o que o faz chorar. Ele não sabe responder. Eu digo que uma mão acostumada a pregar chora toda vez que é pregada. Digo que só vai saber direito o que quer da vida quando descobrir aquilo que o faz chorar.

Pessoas precisam de gente para conversar. A solidão me faz chorar. Por isso, sou um ótimo taxista. Meu carro nunca está vazio.

Um homem inteligente com a mão no volante, depois de uns 15 anos de profissão, vira um dos homens mais sábios da Terra. Porque vê a Terra o dia todo. E porque ouve o que pensam dela o dia todo. E no fim, acho que tudo se resume à tarefa de carpintaria. Por isso, sempre carrego o carpinteiro no meu carro.
Conto inspirado na música "Daqui pro Méier", de Ed Motta.

*Os Contos da Cripta deste blog são histórias fictícias de gente que está tentando morrer um pouquinho para que Cristo viva. É ficção, mas pode acontecer com qualquer um.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Contos da Cripta: Dependente da correria

No meio da correria, só sei que a gravata vou colocando no caminho entre o estacionamento e o escritório. No meio da correria, tudo é coisa e nada é gente. Tudo é fato e nada é história. Tudo é informação e nada é poesia. E hoje é dia de relatório.

Em dias de relatório, coisas são descartáveis, a menos que sirvam para cumprir a meta estipulada. Em dia de relatório, tudo é coisa e nada é conceito. Tudo é produção e nada é pensamento.

Avanço na rua, atravesso na faixa, pé na calçada, cigarro na boca, para jogar fora a bituca antes de entrar no prédio. O mau cheiro, contudo, não vem do meu vício. Olho para baixo e vejo o primeiro sinal de humanidade do meu dia. Um homem de mãos abertas, esperando meu dinheiro.

Minha vontade é apagar o cigarro ali. A dependência é desprezível. Vivo por mim, e talvez um pouco de dor ensine aquele mendigo mal-cheiroso a viver por si. Num mundo não muito maravilhoso, mas realista, em que tudo é coisa e nada é gente.

Passa uma garota de uns 15 anos. Diz que é uma pena que um homem bonito como eu jogue a minha beleza fora ao colocar um cigarro na boca. Pega o mendigo pela mão. “A sua beleza é difícil de ver, não é?”, ela diz.

Nas mãos da garota um chiclete, um panfleto. No fim das contas, sou eu o dependente.
Conto inspirado no nosso apreciável modo de viver paulistano, na parábola do bom samaritano e no poema "Cada Coisa" de Fernando Pessoa.

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terça-feira, 27 de outubro de 2009

Poema: Como quem sonha


Como quem sonha (por Victor Fontana)

Fiquei como quem sonha
Quando se estenderam teus braços
Como quem sonha
Quando restaurados os laços

Olho ao meu redor
Enxergo escuridão
Olho pro final
Vejo um lampião

Embaixo da cama
Não há lamparina
Só há cidadela
Em cima da colina

Como quem sonha
Anunciação
Como quem sonha
Libertação
Como quem sonha
Consumação

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

Ranking de 6ª feira: 10 romancistas


Hoje são 10 romancistas que me marcaram por algum motivo.  

1. J.R.R. Tolkien - Comecei a ler com O Hobbit e, depois, O Senhor dos Anéis. É de longe a leitura de romance mais prazerosa que já tive. Não tem muita explicação.


2. Ítalo Calvino - O Cavaleiro Inexistente é um daqueles livros que você lê em uma hora e meia. Nem percebe que o tempo passou.

3. Machado de Assis - Brás Cubas. Simplesmente genial. O que me leva a pensar que um homem sem muitas letras era capaz de produzir uma obra tão marcante, enquanto os brasileiros que estudaram no exterior na época, importaram aberrações como o racismo científico.

3. Umberto Eco - O Nome da Rosa é brilhante, mas encontrei maior identificação ética e estética em O Baudolino.

4. Guimarães Rosa - A reinvenção da linguagem.

5. Fiódor Dostoiévski - Lembro quando dei Noites Brancas de presente para minha mãe. Nada supera Crime e Castigo.

6. C.S. Lewis - E não é pelas Crônicas de Nárnia. Cartas de um Diabo ao seu aprendiz é um dos melhores livros que já li.

7. Lewis Carroll - Alice é un livro para adultos. Em qualquer sentido da palavra.

8. Érico Veríssimo - Incidente em Antares. Sem mais.

9. Honoré de Balzac - Seu Lucien de Rubempré me fez rir e chorar.

10. Douglas Adams - Guia do Mochileiro das Galáxias é hilário e imperdível.

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Lula, Jesus, Brian McLaren e o povo

Ou quem é o verdadeiro povo?

Não dava para não comentar a declaração do presidente Lula. Supostamente homem do povo povo, elevou-se à condição de deidade, talvez por acreditar que a voz do povo é a voz de Deus.

Disse Lula:
Se Jesus Cristo viesse para cá, e Judas tivesse a votação num partido qualquer, Jesus teria de chamar Judas para fazer coalizão.

Nascido na Palestina, Jesus chamou Judas para fazer a coalizão da cruz.

Curiosamente, entrevistei hoje Brian McLaren, autor cristão norte-americano, partidário das conversações emergentes.

Para ele:
Será muito importante para aqueles de nós com muita educação parar para ouvir e aprender do outro lado das conversações ao redor do mundo, porque embora os muito educados tenham muito a oferecer para aqueles que vivem em pobreza, aqueles que vivem na miséria têm ainda mais, eu acredito, que podemos aprender se tivermos ouvidos para ouvir e olhos para ver. Riqueza traz muitas desvantagens... Como Jesus disse com tanta freqüencia.

Lula, ao se colocar ao lado de Collor, Sarney e outros, perdeu o que tinha de mais valioso: a sabedoria de sua pobreza.

Ao se colocar ao lado de Deus perdeu o que tinha sobrado: sua sanidade.

Nota: A entrevista na íntegra com Brian McLaren você poderá conferir em outro espaço, em breve divulgado. Aguarde.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Ranking de 6ª feira: 10 filmes que me marcaram


Já que falei de Polanski, aqui vão os dez filmes que mais me marcaram. Estou colocando trilogias ou séries de filmes em uma peça só. A coisa é bem Hollywood. Cults e moderninhos que me perdoem.

1. Monty Python é o primeiro pelos filmes e pelas séries. Fica meio complicado fazer uma ficha técnica, então vou colocar apenas os nomes dos membros da trupe inglesa: Eric Idle, John Cleese, Michael Palin, Terry Gilliam e Graham Chapman.

2. O Senhor dos Anéis (The Lord of the Rings, 2001-2003)
Direção: Peter Jackson, com Viggo Mortensen, Orlando Bloom, Ian Holm, Ian McKellen, Liv Tyler, Elijah Wood, Christopher Lee, Andy Serkis, Sean Astin.

3. Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977-2005)
Direção: George Lucas, com Mark Mamill, Harrison Ford, Carrie Fisher, Ewan McGreggor, Natalie Portman, Hayden Christensen, Christopher Lee, Ian McDiarmid, Samuel L. Jackson

4. De volta para o Futuro (Back To The Future, 1985-1990)
Direção: Robert Zameckis, com Michael J. Fox, Christopher Lloyd, Lea Thompson

5. Gênio Indomável (Good Will Hunting, 1997)
Direção: Gus Van Sant, com Matt Damon, Robin Williams, Ben Affleck

6. O tiro que não saiu pela culatra (Parenthood, 1989)
Direção: Ron Howard, com Steve Martin

7. Don Juan de Marco (idem, 1994)
Direção: Jeremy Leven, com Johnny Depp, Marlon Brando

8. As Loucuras do Rei George (The Madness of King George, 1994)
Direção: Nicholas Hytner, com Ian Holm

9. Instinto (Instinct, 1999)
Direção: Jon Turteltaub, com Anthony Hopkins, Cuba Gooding Jr., Donald Sutherland

10. Sobre Meninos e Lobos (Mystic River, 2003)
Direção: Clint Eastwood, com Sean Penn, Tim Robbins, Kevin Bacon

Roman Polanski e a justiça dos homens


Roman Polanski é um gênio? Sem dúvida. Chinatown é um dos melhores filmes já produzidos? Também não tenho muitos questionamentos a esse respeito.

Um gênio pode ser absolvido depois de ter cometido sucessivos estupros, simplesmente por ser genial? Parece-me evidente que não. E por ser já velho (76 anos) e ainda gênio? Menos.

Ter um intelecto privilegiado ou um vasto arcabouço cultural deveria implicar em maior cobrança por parte da sociedade e não o contrário. Infelizmente o pedido de extradição do criminoso já condenado, tem sido contestado por certa elite intelectual.

Para todas as perguntas que fiz neste texto eu já tinha alguma resposta. A questão que não consigo decifrar: Devo listar Polanski ao lado de Hitchcock, Eisenstein, Gutiérrez Alea, Coppola, Kubrick, Bergman ou ao lado de Fernando Dutra Pinto, bandido da luz vermelha, maníaco do parque, Alexandre Nardoni?

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Ranking de 6ª feira: 10 grandes citações

O Ranking de hoje é dos mais simples. São citações que me influenciam como pensador e no meu modo de agir. Tratei de colocar pessoas que não fazem parte do 'mundinho evangélico', até porque parece que só escritores e teólogos têm bons aforismos nesse meio.

1. No longo prazo todos estaremos mortos – John Maynard Keynes

2. Tudo que pode ser dito pode ser dito de maneira simples – Ludwig Wittgenstein

3. A palavra pertence metade a quem a profere e metade a quem a ouve – Michel de Montaigne

4. Tudo vale a pena se a alma não é pequena – Fernando Pessoa

5. Inovação distingue um líder de um seguidor – Steve Jobs

6. Só acredito nas pessoas que ainda se ruborizam – Nelson Rodrigues

7. Quando você tem 16 anos, acha que pode mudar o mundo. E às vezes você pode – Bono Vox

8. Escrever é uma questão de colocar acentos – Machado de Assis

9. Escrever é uma questão de colocar vírgulas – Carlos Costa, ex-editor de Playboy e Quatro Rodas para Machado de Assis

10. O diabo é um otimista se acredita que pode piorar as pessoas – Karl Krauss

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

Contos da Cripta: Dando trabalho a quem dá trabalho

De um lado a outro do templo, 37 bocejos. Não que a pregação esteja ruim. Esse pastor novo de adolescentes até que é engraçado, mas convenhamos, quem nunca deu uma "pescada" no culto? O seu rosto vai se inclinando para baixo e as pálpebras ficam pesadas. É inevitável. Você luta contra o sono e, repentinamente, acorda num supetão.

Não sei se isso é pecado, mas se for, já tem seis irmãos que vão vacilar na hora em que o pastor emérito disser: "examine-se cada um...", antes de iniciar a celebração da ceia, imputando um sentimento de culpa que me leva a celebrar com muito maior alegria!

A minha surpresa mesmo é que pouca gente dorme na hora de cantar "Deus dos Antigos", que mais parece canção de ninar, mas não. Esta é a hora de mandar SMS ou Twittar. Seriam smartphones do capeta? Alguém já disse que hinos são poesia de quinta categoria com música de sexta. Acho que foi um escritor de segunda.

Pronto, 38 bocejos. Mais dois e dou um sinal pro pastor. Minha missão é esta: cronometrar sermões e contar bocejos. Quando chegam a 40, aviso o pastor de jovens e ele termina a pregação em, no máximo, cinco minutos. Depois, coloco tudo na planilha e faço um levantamento de bocejos por minuto e mapeamento do sono do templo por lugar sentado.

O índice de pescadas no fundo da igreja é maior, mas nem tanto. Hoje em dia tem muita gente que perdeu a vergonha de dormir na cara do pastor. Especialmente o dirigente de louvor, que toca na noite no sábado e não tem pique pra agüentar o culto de domingo. Ele vem com uns papinhos de igreja emergente, que até agora não entendi direito do que se trata.

Adorei a função que esse pastor mocinho me deu. Posso e devo reclamar de tudo durante o culto e a única condição que ele impôs foi: “quero os relatórios só para mim. Nada de ficar criticando o culto na frente dos outros”. Em 55 anos de igreja, é a primeira vez que me dão um ministério. E pensar que eu já achei igreja uma coisa chata...
Conto inspirado em uma ácida descrição que C.S. Lewis fazia da igreja. Embora fosse um crítico ávido dos cultos públicos, especialmente de sua estética, Lewis defendia que o cristão não podia se dar ao luxo de deixar de frequentá-los.

*Os Contos da Cripta deste blog são histórias fictícias de gente que está tentando morrer um pouquinho para que Cristo viva. É ficção, mas pode acontecer com qualquer um.

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Lembra de Deus no Dia Manso. Roberto e sua dia lética.

Eclesiastes 12. 1-7:

Lembra-te do teu Criador nos dias da tua mocidade, antes que venham os maus dias, e cheguem os anos dos quais dirás: Não tenho neles prazer;

antes que se escureçam o sol, a lua e as estrelas do esplendor da tua vida, e tornem a vir as nuvens depois do aguaceiro;

no dia em que tremerem os guardas da casa, os teus braços, e se curvarem os homens outrora fortes, as tuas pernas, e cessarem os teus moedores da boca, por já serem poucos, e se escurecerem os teus olhos nas janelas;

e os teus lábios, quais portas da rua, se fecharem; no dia em que não puderes falar em alta voz, te levantares à voz das aves, e todas as harmonias, filhas da música, te diminuírem;

como também quando temeres o que é alto, e te espantares no caminho, e te embranqueceres, como floresce a amendoeira, e o gafanhoto te for um peso, e te perecer o apetite; porque vais à casa eterna, e os pranteadores andem rodeando pela praça;

antes que se rompa o fio de prata, e se despedace o copo de ouro, e se quebre o cântaro junto à fonte, e se desfaça a roda junto ao poço,

e o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o deu.



Reconstruir a poesia de trás pra frente. Só quem vê a vida invertida do sertão pode ser capaz mesmo de fazer isso. Roberto Diamanso é Suassuna e é Salomão.

Ele recheou os seus versos de vida. E também a sua vida de poema. Vale conhecer o trabalho deste homem. Não só a poesia, mas a herança que ele tem deixado na terra, por adoção.

sexta-feira, 14 de agosto de 2009

Ranking de 6ª feira: Os 10 maiores atletas

Nesta sexta-feira, o ranking é dos maiores esportistas que eu pude ver em ação. Como nasci em 1983, não tem Pelé, nem Maradona, nem Bill Russell ou qualquer velhinho que você queira colocar nessa lista.

Confesso que natação, ciclismo e atletismo não me seduzem, principalmente depois dos sucessivos casos de doping.

A lista está aí também para isso: concorde, discorde, critique, opine.

1. Eldrick "Tiger" Woods – Ninguém foi tão dominante enquanto se manteve saudável. Entre 2003 e 2005 permitiu que Vijay Singh e Phil Mickelson crescessem por conta de lesões. Fora isso, foi imbatível nos últimos 10 anos.






2. Michael Jordan – Seria o primeiro da lista se não tivesse feito a bobagem de interromper sua carreira no auge para tentar a sorte no baseball. Brilhou na NBA em um tempo de grandes estrelas.







3. Pete Sampras – Por enquanto, ele se mantém o maior jogador de tênis que eu já vi. Mantenho no meu Top 3 por enfrentar uma safra de tenistas mais talentosa do que o próximo no ranking.








4. Roger Federer – quase tão dominante quanto Tiger Woods, mas eventualmente mostra que pode ser derrotado. Seus rivais não são tão brilhantes quanto foram os de Sampras.








5. Zinedine Zidane – Cerebral. O Albert Einstein do futebol. Eterno carrasco da seleção mais vitoriosa da história.









6. Ayrton Senna – Fica atrás de Schumacher, Fangio e Prost em número de títulos na F-1. Conseguiu o que nenhum deles fez. Elevou-se à condição de mito, herói e quase um mártir.








7. Magic Johnson – Ícone da luta contra o HIV, foi o único jogador de basquete da minha geração a realmente atuar nas cinco posições da modalidade. Completo em todos os fundamentos, só não tinha o físico de Jordan.







8. Romário – O antiatleta. Baixinho, não gostava de treinar. Um gênio da adaptação. Veloz quando jovem, tornou-se técnico e conhecedor de atalhos para reinar no Brasil quando envelheceu.







9. Mike Tyson – Uma máquina de nocautear. Certamente ocuparia um lugar mais elevado na lista se não fosse o deplorável fim de sua carreira.








10. Annika Sörenstam - Ao lado de Monica Seles, a golfista sueca é a única atleta de fora dos EUA a faturar o "ESPY Athlete of The Year". Seus títulos a fazem provavelmente a melhor mulher na história da modalidade.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Por que continuar protestando no Twitter?

Segundo estudo da FGV, o Amapá está entre os cinco estados com maior índice de exclusão digital – ao lado de Roraima, Tocantins, Maranhão e Piauí. José Sarney é senador pelo Amapá. Vice de Tancredo Neves, ele assumiu a presidência da República depois de ter construído sua carreira no Maranhão.

Se o eleitorado de Sarney não tem acesso ao computador, de que adianta protestar no Twitter? Se o Senado brasileiro não liga para o que circula na web brasileira, o presidente da casa não cairá nem via eleitorado, nem por cassação. Renúncia já está fora de cogitação. Pra que gastar 140 caracteres se revoltando?

Eis aqui alguns motivos:

Antes da decapitação vem a reclamação

“Se o povo não tem pão, dê-lhe brioches!”, disse a rainha francesa Maria Antonieta pouco antes de seu fim na guilhotina em 1793. A frase veio depois de uma camareira alertá-la sobre pobres que vieram pedir comida em frente ao palácio. A fome virou a Revolução Francesa de 1789.

Li hoje um manifesto no PavaBlog pedindo que as pessoas abandonassem o Twitter e fossem protestar nas ruas. Ok. Concordo. A questão é: haveria este desabafo caso não houvesse "protestagem" no Twitter? Sem os internautas insatisfeitos e preguiçosos que reclamam colados nas cadeiras, dificilmente o assunto seria tão comentado como segue.

Sem a repercussão, não haveria sequer a ideia e o sentimento de necessidade de um manifesto mais estruturado e eficaz. Antes de um movimento organizado, sempre existe o esbravejar coletivo e caótico do banco de praça. No próximo sábado, haverá protestos por todo Brasil.

O Governo é sempre mais lento que a iniciativa privada

Os governantes não ligam para o que falam a blogosfera e os internautas brasileiros. E daí? Eles vão aprender a ouvir. Sempre demora um pouco mais para eles prestarem atenção nessas coisas. Ano que vem tem eleições. Quando ficar comprovado que o buzz da internet influencia o voto, a história vai mudar.

Internet não é brincadeira e quem se ligou disso já está colhendo frutos. A Tecnisa já utiliza o Twitter para vender apartamentos, embora no início deste ano seus diretores não acreditassem nesta possibilidade. Empresas como a E.life se dedicam a monitorar o que clientes falam a respeito de produtos nas mídias sociais.

A iniciativa privada já percebeu o poder destruidor (e também construtivo) de reputações que tem a web 2.0. Políticos e Estado perceberão isto aos poucos.

A sensação enganosa causada por Fora Collor e Diretas Já!

Eu me pergunto sobre o real engajamento das gerações que participaram do Fora Collor e Diretas Já!. Falam como se tivessem realmente feito um estrondoso impacto político e como se fosse um grupo de jovens altamente politizado.

Alguns fatos levam à direção oposta. Há um sem número de casos de corrupção da mesma época do “Caso PC Farias” que não geraram nem de longe a mesma comoção que culminou com o Fora Collor. E, quando perguntamos aos caras-pintadas sobre eles, muitos nem sabem do que se trata.

Uma breve lista. CPI do Orçamento, Máfia dos Gafanhotos, Escândalo do Sivam, Dossiê Cayman, Caso Cacciola, quebra de empresas como: Mappin, Mesbla, Banestado, Encol. Assassinatos como os de Toninho do PT e Celso Daniel.

Propinoduto, valerioduto e mensalão coroam a sensação enganosa deixada pelo Fora Collor. Nem sempre as manifestações de rua geram bons resultados ou mesmo terminam em acontecimentos evidentemente melhores do que os protestos via web.

Creio ser razoavelmente consensual que o Movimento Cansei, por exemplo, obteve resultados menos expressivos do que o #forasarney.

O engajamento virtual e suas implicações reais

Não se sabe ao certo qual o grau de comprometimento que um usuário do Twitter que posta #forasarney realmente tem com a causa. É impossível saber também o quão politizado ele é. Segura afirmar é que o interesse nos assuntos de política nos últimos meses cresceu.

O papel da mídia social, neste caso, foi de dar voz a quem queria falar, mas nunca soube como. Ao se sentir participante da conversa, o internauta buscou por um grau maior de informação, que gerou mais indignação, que pode acabar em ações políticas efetivas.

A queda de Sarney não basta para termos um Brasil melhor. Não sei nem se ele vai cair ou não. A participação da sociedade civil em atos políticos, entretanto, é extremamente salutar para um regime democrático minimamente decente.

terça-feira, 11 de agosto de 2009

Igreja (Universal) pratica "assédio contra a mídia", diz ONG

da Folha de S.Paulo, no Rio

A ONG Repórteres sem Fronteiras, que desde 1985 atua internacionalmente em defesa da liberdade de imprensa, manifestou preocupação com o excesso de ações judiciais em nome de fiéis da Igreja Universal contra jornais brasileiros. Continue lendo.

Comentário do blogueiro:

É lamentável que igrejas e fiéis ditos evangélicos não saibam se recolher aos seus propósitos.

Recentemente, foi a Bola de Neve Church que assumiu que não será mais uma igreja com postura pastoral e vai agora adotar uma atitude "guerreira", no que eu chamo de Jyhad evangélica. Saiba mais.

Agora, a IURD continua em sua busca por afirmação territorial, política, social e simbólica. Cada vez mais distante do propósito bíblico para a Igreja, a entidade comandada por Edir Macedo não deixa outra opção ao segmento reformado: temos de considerá-la uma seita. Herética por excelência.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Ranking de 6ª feira: As 10 mais dos Beatles


Toda sexta-feira passarei a publicar um ranking. Bobeira, só pra gerar polêmica. Pra estrear, minhas 10 músicas favoritas dos Beatles, com bons covers para você ver ou ouvir no Youtube.

Recomendo Toto e Jeff Lynne para começar. E depois Ray Charles.

Sinta-se à vontade para discordar, concordar ou postar seu próprio ranking.

1. In My Life
1965, Rubber Soul
Lennon & McCartney
Um cover: Ozzy Osbourne

2. Eleanor Rigby
1966, Revolver
McCartney
Um cover: Ray Charles (remix)

3. While my guitar gently weeps
1968, White Album
George Harrison
Um cover: Toto

4. Nowhere Man
1965, Rubber Soul
Lennon
Um cover: Jeff Lynne

5. Yesterday
1965, Help!
McCartney
Um cover: Marvin Gaye

6. Strawberry Fields Forever
1966, Magical Mistery Tour
Lennon
Um cover: Ben Harper

7. With a Little Help from my Friends
1967, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
Lennon & McCartney
Um cover: Joe Cocker

8. Let it Be
1970, Let it Be
McCartney
Um cover: Meat Loaf

9. Lucy in the sky with Diamonds
1967, Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band
Lennon & McCartney
Um cover: Bono Vox & The Edge

10. Hey Jude
1968, Hey Jude
McCartney
Um cover: Kiko Zambianchi

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

Contos da Cripta: De onde vêm as pessoas solitárias?

A verdade é que nunca estive só. Cada grão de arroz que recolhi do chão da igreja foi uma risada da hipocrisia alheia. Olhando daqui de cima, entendo a solidão do pregador. É justamente porque está sozinho que prepara sermões para ninguém ouvir.

Lembro-me de um rapaz que visitou o templo. Num raro sábado sem casamento. Ele me ofereceu a passagem de ônibus dele para o litoral, assim eu poderia visitar meus pais naquele domingo. Ida e volta. Limparia o piso na segunda-feira com o coração cheio. Meu pai faleceu quatro dias depois disso.

De resto, os velhinhos diáconos e suas famílias passaram por mim e sobre mim. Mesma postura do viúvo pastor, que insistiu em esquecer meu nome. No meu vazio velório, porém, ninguém velou. Só ele. Ele só, sozinho. E se lembrou do meu nome.

A solidão do pregador foi a minha companheira. Nas minhas vassouras eu encontrei amizade que ele não achou em suas canetas e, depois, em seu teclado e tela de computador. Faz um trabalho para outros homens e, por isso, foi abandonado.

Eu não. Nunca senti o gosto do abandono. Agora descanso com quem sempre esteve ao meu lado. E me pergunto: se o pregador e os velhinhos diáconos e os adolescentes endiabrados são sozinhos enquanto acompanhados, se dispensam a presença Dele, por que vão querer ficar aqui com Ele quando morrerem?
Conto inspirado em conversas com o amigo Rick Marino, nas músicas Eleanor Rigby, de Paul McCartney, e Quando se está só, de Sérgio Pimenta e Nelson Bomilcar.
*Os Contos da Cripta deste blog são histórias fictícias de gente que está tentando morrer um pouquinho para que Cristo viva. É ficção, mas pode acontecer com qualquer um.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Poema de Bono Vox a Billy Graham


Eu não gosto muito de traduzir poemas. Acho uma tarefa complicada trazer o sentimento expresso em uma língua para outro idioma. Perde-se muito do sentido original. De qualquer forma, li algo que achei muito bonito e vou publicar por aqui em inglês mesmo:

"The journey from father to friend
is all paternal loves end.
it was sung in my teenage ears
in the voice of a preacher
loudly soft on my tears
I would never forget this
melody line
or its lyric voice that gave my life
a rhyme,
a meaning, that wasn’t there before.
a child, born in dung and straw
with The Fathers love and desire to explain
how we might get on with each other again…."

for The Rev. Billy Graham (that preacher)
Ruth and all the Graham Family
from Bono (March 11 2002)
with much love and respect….

Carta de Bono Vox, do U2, ao evangelista e pastor Billy Graham. Os créditos de publicação vão para o meu amigo recente Kevin Hendricks, diretor do Laboratório de Comunicação para Igrejas e responsável pela inserção da Associação Evangelística Billy Graham na Internet.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

Pregadores precisam de ajuda para comunicar melhor. Não é pecado admitir.

Na última sexta-feira fui a um evento de jovens uma Igreja Presbiteriana em São Paulo. Ouvi um típico sermão fora de contexto. Na essência, o pregador estava correto. Falou sobre unidade e como o povo de Deus deve adorar em conjunto, independentemente de idade.

Soou anacrônico. Críticas (discutíveis) às igrejas só de jovens. Mais uma vez assisti a um discurso contra comunidades como a Bola de Neve. Não vou discutir se os ataques foram ou não justos. Injusto foi submeter à exortação um público que pouco tem a ver com a realidade das supostas igrejas “só de jovens” – se é que existe alguma.

Parecia aquele professor que não deixa o menino atrasado entrar na sala de aula e logo depois dá um discurso sobre pontualidade. Ora, aqueles que estão dentro da sala são os pontuais. Não precisam ouvir aquele sermão.

No sábado, em conferência que o Christian Post cobriu no Reino Unido, o pastor Stephen Gaukroger falou algo que vem ao encontro deste episódio – motivo, inclusive de uma série de posts sobre sermão neste blog:

"Há pessoas aos montes em nossas igrejas que precisam desesperadamente de ajuda em suas maneiras de pregar. Acham que sabem fazer sermões, mas falham em ser atraentes, bíblicos e bons comunicadores"

Em drops sobre sermão, sempre publicaremos dicas rápidas de bons pregadores para ajudar quem quer ser ajudado a falar melhor em público, comunicar o Evangelho com mais eficiência.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Marketing pode melhorar os sermões

Se para Sam Giere, noção de mundo gera um bom sermão, para Kevin Hendricks, teríamos pregadores muito mais eficientes se nossos pastores estudassem técnicas de comunicação em público e marketing.

Hendricks é diretor do Laboratório de Comunicação para Igrejas nos EUA e responsável pela inserção da Associação Evangelística Billy Graham na Internet. Ele é um de uma série de pessoas que tenho entrevistado, em busca de bom material sobre desafios para a comunicação do Evangelho.

Aqui você vê um pequeno trecho da entrevista, que em breve será publicada na íntegra em outro espaço.

"Ouviríamos melhores sermões nos domingos se pregadores estudassem marketing? Não tenho dúvidas. Eu bloguei no ChurchMarketingSucks sobre um site chamado Pesentation Zen. É uma ferramenta sobre como fazer melhores apresentações em público. Eu argumentei que as mesmas dicas se aplicam à pregação. Se pastores se aprimorassem, usando técnicas comprovadas de apresentação, veríamos melhores resultados e pregações mais envolventes"


Estes dias estava pensando que ninguém prega mal porque quer. Todo pastor deseja pregar bem, ou não? Acho que o problema não está em pregar bem ou mal. É estarmos satisfeitos com aquilo que pregamos, com o modo, com o método. Conformados.

Na verdade, deveríamos perceber que sempre há espaço para melhorar.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Poema do cristão cult pós-moderno

Baseado nas 10 atitudes para tornar-se um cult da espiritualidade pós-moderna, postado por Genizah, via Teologia Pentecostal via Pastor Julio Soder.

Cabe aqui a manifestação de que provavelmente me encaixo em boa parte do que dizem ser um "cult da espiritualidade pós-moderna". Gosto dos livros do Brian McLaren, por exemplo. Entretanto, acho saudável a crítica de muito do que faço.

Poema do cristão cult pós-moderno
(por Victor Fontana)

Eu prefiro ser
Uma metamorfose ambulante
Inda que eu caia
Num oximoro ululante
Porque entre ortodoxo
E heterodoxo
Sou mais o paradoxo
Sou parte da maré
Que rema contra a maré
É moda ser contra a moda
Você sabe como é
Sou a igreja sem religião
E quando de mau humor
Sou sem Cristo um cristão
Prego tolerância e amor
Com ódio e transgressão
Ofendo e escandalizo
Em nome da missão?

Eu gosto de chamar isto de relevância da cruz

Um Poema de Gióia Júnior:

INTERLÚDIO I

Ah! noite aquela em que Ele foi traído!
e foi abandonado e foi moído
por minhas transgressões! Ah! noite aquela,
dura e profunda, silenciosa e bela!
de uma beleza trágica e voraz!
De ti, oh, noite, vem a nossa paz...
De tua escuridão irrompe a luz
nasce o perdão, desperta a fé, emerge a cruz.

Relevância da cruz é o que eu acho que este poema deveria se chamar. Gióia, na sua genialidade, chamou de Interlúdio I.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Contos da Cripta: A Reforma


Não falo de reforma protestante. Menos ainda das reformas política e fiscal, que o País tanto precisa. Estou falando do rapaz do apartamento ao lado mesmo. Martelos e pregos, alicates e marretas, ruídos e tremores, meu sossego acabou.

Pior que isso é a cara de cachorro babão que o pintor faz quando a minha mulher sai de casa para trabalhar. Pra essa gente parece que mulher é só um pedaço de carne. Mas também, a quem eu quero enganar? Nas praias da Riviera de São Lourenço não passo de um Jorginho sofisticado. Jorginho é o nome do pintor.

Quando você acha que está tudo ruim, a coisa pode ficar mais sórdida. É sempre assim. O garoto filho de papai que comprou o apê do lado ainda está na faculdade. Festa toda sexta. Até aí tudo bem. O problema é que ele mata as aulas de quinta. Então tem bebedeira e futebol na quarta também. Com a sala remodelada, aposto em mais farra nos próximos meses.

Ou seja, Galvão Bueno em Home Theater e Surround. Isso quando não for um daqueles narradores genéricos do pay-per-view. “Gol do Vila Nova! Parece que é mais um passo para o rebaixamento do Atlético Goianiense!”. Ah, o inferno que são os campeonatos estaduais.

Enquanto o inferno não chega, tenho que aturar martelos e pregos, alicates e marretas, ruídos e tremores. Estou colocando meu macacão azul. Vou dar uma mão para o pintor. Assim, a reforma acaba mais rápido e da minha casa só ouço o Campeonato Brasileiro mesmo.

Uma mão de tinta na parede da cozinha e deixo uma Bíblia com Jorginho. Bato uma foto minha com o pintor e imprimo. A imagem vai dentro de outra Bíblia. No verso, um recado para o vizinho: "ajudei em sua reforma com uma mão de tinta, espero que termine logo".

Quem sabe assim ele me chama para assistir a rodada dos estaduais na quarta-feira. Se não chamar, pelo menos abreviei a saída de Jorginho e seus olhos que acompanham minha esposa.

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*Os Contos da Cripta deste blog são histórias fictícias de gente que está tentando morrer um pouquinho para que Cristo viva. É ficção, mas pode acontecer com qualquer um.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

A visão de Walter Brueggemann sobre a relevância da nossa mensagem

Recentemente, troquei e-mails com o Dr. Walter Brueggemann, em busca de uma visão lúcida a respeito de comunicação, púlpito e pós-modernidade. Já esperava bons insights de um homem com um currículo como o dele, mas fiquei particularmente impressionado com a seguinte frase:

"Temos que manter a nossa fala próxima da realidade e distante de toda a abstração. Temos que evitar a coerção. Simplesmente possuímos uma verdade diferente para dizer a respeito das nossas vidas e devemos contar isto para que as pessoas vejam o quanto há de relevância. A igreja tem sido muito distante da realidade vivida, enquanto a Bíblia nunca é remota".


Com isto, ele me respondeu à pergunta: como fazemos para que a nossa mensagem se destaque no meio de tanta informação que recebemos nos tempos atuais? Como ser relevante?

Quanto conteúdo em tão poucas linhas. Vou organizar isto em rápidos tópicos:

- Manter a fala próxima da realidade, distante da abstração. Já reparou como alguns sermões são chatos e longos, com explanações de conceitos complicados que chegam a doer no ouvido? Conceitos são bons, mas devem estar próximos do nosso cotidiano. Que tal usar uma história bíblica que ilustre um conceito e mostrar como esta história se repete na nossa vida?

- Evitar a coerção. "Jovem, pense no seu namoro! Desse jeito você vai para o inferno!". Evite esse tipo de frase. Sermões são mais úteis quando nos apontam uma alternativa viável ao mal. Simplesmente apontar o que é errado é muito fácil. Difícil é encorajar a fazer o bem.

- Contar a verdade. Jesus sabia que a verdade era um caminho poderoso para a relevância. Tanto que vinculou a santificação dos discípulos ao conhecimento da verdade na oração sacerdotal (João 17.17).

- A respeito de nossas vidas. Não existe relevância no nosso discurso se não vivemos aquilo que pregamos. Brueggemann é genial quando diz "verdade a respeito de nossas vidas" e não apenas "verdade sobre a vida". Evangelho bom é evangelho vivido.

- A Bíblia nunca é remota. Walter Brueggemann é um dos maiores estudiosos do Antigo Testamento que o mundo protestante já conheceu. Para ele, é natural afirmar que a narrativa da Escritura diz muito ao nosso cotidiano. Ele tem razão. Problemas entre pais e filhos, desigualdade social, preconceito, questões econômicas, discussões sobre Direito e Estado, entretenimento. Está tudo lá.

*Walter Brueggemann é autor de mais de 60 livros. O mais famoso deles no Brasil é provavelmente Imaginação Profética. Ele coleciona títulos acadêmicos e tem como trabalho mais notável o de professor de Antigo testamento por mais de uma década no Columbia Theological Seminary.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

"What would Jesus tweet?" ou O que Jesus Twittaria?

Imagine: Deus se humilha novamente e volta a se fazer carne. Anda entre nós, como ser humano, neste início de século 21. O que Jesus Twittaria se estivesse andando por aí e acessando um PC em sua carpintaria? Ou talvez com um iPhone de algum discípulo depois de uma cura miraculosa?

A pergunta me veio depois de ler uma coluna intrigante de Gideon Rachman no Financial Times da última segunda-feira. Em um dos muitos bons insights do texto Um imperativo categórico para o Twitter, o jornalista britânico disse que muitos dos grandes filósofos poderiam usar os 140 toques para divulgar ideias centrais.

Segundo Rachman, a coisa seria mais ou menos desse jeito:

Marx: "Trabalhadores do mundo, uni-vos!"

Bentham: "A maior satisfação nos melhores números"

Kant e seu imperativo categórico: "Aja de acordo com a máxima de que você pode desejar que sua ação seja uma lei universal"

Maquiavel: "Os caras legais se ferram no final" - esta numa óbvia brincadeira reducionista.

E segue a pergunta:

- E Jesus? O que ele twittaria?

Talvez ele, bem como os filósofos acima, não twitasse nada demais. Talvez fizessem como algumas personalidades têm feito. "Indo para um encontro com Kofi Annan. Desejem-me sorte". Já pensou?

Ou Marx: "Engels acaba de tirar caca do nariz na frente de Steve Jobs. Hahaha". Voltando a Jesus: "Indo para Havana curar endemoniados. Havana, depois Negrill, depois Caracas. O mundo era menor há 2 mil anos".

O Twitter tem a capacidade agridoce de transformar gente irrelevante em fonte de informações importantes e de deixar irrelevante gente famosa e intelectual. Não acho que Jesus cairia na armadilha. Acho que seria um subversivo.

Acho que usaria o Twitter para ser simples. Ser objetivo e ser voraz contra o sistema. Mas isto é apenas o que eu acho.

O que Jesus Twittaria?

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Sermão do Monte e o verdadeiro Fim dos Tempos


Esse post é em resposta a um edificante comentário de Rachel em uma postagem mais antiga deste blog.

Ainda tem povo de Deus por aí. Gente que sente falta de um pedaço de "novo" que não temos porque não chegou o tempo.

Ainda não é a hora da Nova Jerusalém. Enquanto estamos por aqui, temos um lugar para viver, mas ficamos sem um lar. E é não mais que natural a vontade de ir embora.

Essa vontade de sair deste sistema aumenta quando percebemos que não damos conta do recado. Que esse corpinho de carne atrapalha. Que esse mundo enoja. Que fazemos o mal que não queremos e deixamos de fazer o bem que desejamos.

Por enquanto, Reino de Deus é desenho. É imaginação. Ele existe num imaginário que faz duro contraste com o falsário "mundo real" que nos cerca.

Se o reino é imaginação do Artista, nós somos a obra. E assim, temos que remeter ao que Ele imaginou.

Então, o desejo de ir embora nos leva a uma necessidade de ficar. É um paradoxal ciclo virtuoso. Em que o mesmo princípio ativo que nos leva a querer ir embora, nos dá um sentido de urgência. Uma sensação de tarefa incompleta. Um senso de dever.

Quem tem saudades da cidade que nunca visitou, tem sede de justiça. Tem ímpeto por transformação social. Transborda em amor. É mensageiro de paz. Chora com os que choram. É mansidão com seus agressores. É perseguido e quer ir. Mas é luz e quer ficar.

O quadro foi pintado para ser olhado. Nossa missão é sermos observados e fruídos. Parafraseando o Mestre: Somos "uma cidade sobre o monte, que não pode ser escondida".

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quarta-feira, 17 de junho de 2009

Noção de mundo gera um bom sermão

Palavras de Samuel Giere, PhD. em Antigo Testamento, pastor luterano e professor de homilética no seminário Wartburg:

"Um bom sermão começa com um ouvir apropriado. Nós temos a tendência de ouvir às escrituras e nos imergimos durante a semana em um trecho da Bìblia para pregar um sermão no domingo.

Mas se fazemos apenas isto, não estamos cumprindo nosso chamado. Em complemento a ouvir às Escrituras, devemos ouvir nossa congregação. Devemos ouvir o mundo.

Se eu resolvo pregar algo que acho muito bonito, mas que não é relevante para quem ouve, a mensagem atravessa a congregação e voa pela janela."

Lembra um pouco Karl Barth sobre pregar "com a Bíblia em uma mão e o jornal na outra."

Ou "pregar com a Bíblia em uma mão e o mouse na outra", na adaptação pós-moderna de Marcos Botelho.

Eu diria pregar só com o mouse mesmo, com a quantidade de Bíblias Online que tem por aí.

A charge é de Jasiel Botelho. Para mais como esta, clique aqui.

terça-feira, 9 de junho de 2009

Saudade do que está por vir

Como será que é possível ter saudade de um lugar em que ainda não se esteve? Nessa maluquice de viver um cristianismo de verdade, a gente fica pra lá de deslocado, porque o doce lar para a criatura que é feita nova tem que ser uma nova cidade.

Por enquanto a gente vai fazendo do mundo velho algo um pouco mais próximo da Nova Jerusalém, se realmente vivemos em novidade de vida.

Saudade
(por Victor Fontana)

Me explica a saudade
Da cidade
Que ainda não visitei

A falta que tenho
Do desenho
Que só experimentei

Na ação do meu amigo
Mais chegado que irmão
No conforto, no abrigo
De um povo sem nação

O que vivi foi esboço
Fruto do esforço
Sobre águas de um vento
Apesar de mim, de meus intentos

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Evangelizar ou Cristianizar?

Palavras de Ariovaldo Ramos ao podcast do irmaos.com:

"O pior é o uso inadequado do termo evangelizar. O que eles fazem é proselitismo. Eles não querem comunicar Jesus. Querem trazer o cara para a religião deles.

Não foi isso que Jesus fez. Cristo nos ensinou a comunicá-lo. Então, quando a gente resolve comunicar Jesus, a gente resolve falar de justiça de amor, de liberdade, de paz, de transformação social, a partir de um grande exemplo.

Um exemplo que é mais que um homem que triunfou na história, mas é Deus que se fez homem, pra gente se fazer homem de verdade."

Será que 'eles' sou eu? Minha reflexão desta vez é: será que não sou eu mesmo o maior desafio para a comunicação do evangelho?

Será que não sou apenas alguém tentando convencer os outros a se comportarem como eu me comporto? Será que não estou impondo cultura em vez de transmitir uma mensagem de salvação e libertação?

O maior desafio para a comunicação do evangelho não é técnico, nem ético, nem epistemológico. É teológico. Passa por uma total anulação do 'eu'. Passa pelo reconhecimento de uma dura e calvinista depravação total.

quarta-feira, 3 de junho de 2009

Um olhar comunicador sobre o sermão (Reflexão sobre Andy Stanley)

"Tudo que pode ser dito pode ser dito de maneira simples" (Wittgenstein)

"Pregar é simples. Ao complicar, fazemos um desserviço a nós mesmos e a quem nos ouve" (Andy Stanley)

Continuando a conversa sobre desafios para a comunicação do evangelho, li algo esta semana que vale a pena compartilhar. Em entrevitsa a Ed Stetzer, o pastor Andy Stanley fala sobre o sermão sob o olhar de um comunicador.

Ele fala, sobretudo, em como alcançar a atenção de uma audiência que não quer necessariamente ouvir sobre o que você tem a dizer. Em concordância com muito que tenho ouvido aqui no Brasil - essencialmente de Marcelo Gualberto e Marcos Botelho - Stanley enfatiza a importância de se contar histórias.

Histórias no lugar de conceitos e teses. Uma história para ilustrar um ponto, um conceito. Encontrar uma mensagem importante, aquilo que o receptor não pode sair do culto sem ouvir e, então, enfatizar este ponto.

De grande novidade gostei de ouvir alguém falar contra o senso comum de que uma mensagem tem de ser necessariamente rápida. Para Stanley a duração da mensagem deve ser equivalente à quantidade de tempo que o comunicador consegue prender a atenção do público.

Veja algumas das declarações de Andy Stanley sobre sermões (na íntegra a entrevista deu sete páginas de Word):

Pregação em pontos - É um péssimo modelo. Pontos não são uma viagem de um lugar para outro. Pontos são pontos. Comunicação é: todos temos necessidades comuns e eu não vou sair daqui até fazer você sentir que elas têm de ser resolvidas. Então, depois, abrimos a Palavra e resolvemos.

Excesso de informação - Vejo algumas pregações e penso: "Pobre pregador. Passou a semana inteira se preparando e ele tem três sermões em um só. Isso na verdade deveria ser uma série. Todo mundo vai voltar na semana que vem, então não precisa aglutinar tudo em uma mensagem nesta semana."

Estratégia - Temos de ter metas específicas: "quero que eles conheçam algo", ou "quero que eles façam algo", ou "quero que eles mudem algo". Então, falo 35 ou 40 minutos apenas palavras com aquele objetivo específico.

Paixão por pregar - Você tem que imaginar um jovem de 21 anos sentado no fundo dando à igreja mais uma chance. Em que parte ou o que na sua mensagem contém aquela paixão que vai alcançar e agarrar o cara e dizer: "você não vai sair daqui sem me ouvir."

Estou tentando entrar em contato com o Stetzer para que ele me autorize a simplesmente traduzir o material e postar paulatinamente aqui no blog. Por enquanto, se você entende bem inglês pode curtir as entrevistas na íntegra clicando aqui.

Andy Stanley é autor do livro Communicating for Change, em que trata de como comunicar, do púlpito, a revelação de Deus.

A charge deste post é de Jasiel Botelho. Para mais delas, clique aqui.

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segunda-feira, 1 de junho de 2009

[Poema] Transpiração, inspiração, transpiração...

Bosquejei cheio de bossa
Passeei pelos versos
Preenchi estrofes
Aliterações e metáforas
Sinestesias e oximoros
Fartei-me no estarrecimento
De dramatizar cada sensação
E vetor sentimento
Mais vetor linguagem
Dá perda de significado como resultante
A mecânica do idioma:
Prá lá de transpirada
Mecânica do amor:
Puramente inspirada
Palavras nem sempre convencem
Que dizer de circunstâncias?
Episódios? Atitudes?
(Victor Fontana)

Comunicar Evangelho é isso: viver mais e falar menos.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Desafios para a comunicação: dinheiro resolve?

Depois de publicado o post sobre desafios epistemológicos para a Comunicação do Evangelho, poderíamos caminhar rumo aos desafios éticos e técnicos. Antes disto, queria tratar de uma indagação que carrego.

Dinheiro resolve os nossos problemas? Altos investimentos poderiam suprimir a necessidade que a Igreja tem de se reinventar e de reformular sua linguagem?

Segundo reportagem da Associated Press nesta quarta-feira, as denominações tradicionais dos EUA parecem acreditar que sim. Investimento resolve.

A matéria mostra alguns números preocupantes. Entre eles, um que confirma a "pós-cristianização" da sociedade norte-americana. De acordo com a pesquisa, a parcela protestante histórica na população dos EUA caiu de 18,7% em 1990 para 12,9% em 2008.



O vídeo acima faz parte de uma campanha publicitária de US$ 20 milhões da Igreja Metodista dos EUA. O conceito completo você encontra no site: http://www.10thousanddoors.org.

Podemos estar diante de um marco na história da comunicação evangélica. Entretanto, arriscaria meu pescoço em dizer que o sucesso dos metodistas dependerá mais de uma reformulação de linguagem (epistemológica) do que do montante financeiro investido no projeto.

Quem visitar o site e tiver um bom inglês, notará uma preocupação sensível com a busca de uma linguagem mais cosmopolita. Já é um primeiro passo.

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segunda-feira, 25 de maio de 2009

Três tipos de desafio para a comunicação - Epistemológicos

Em postagem anterior, citei três categorias de desafio para a comunicação do Evangelho:

a) Epistemológicas
b) Éticas
c) Técnicas

Vou tratar da mais complexa para a mais simples. Primeiro. O que é epistemologia? Não deixe a palavra te assustar.

É a maneira como o ser humano trata o conhecimento. Como fazemos para chegar até a verdade. É o modo como a humanidade acredita que pode separar fatos de falácias.

Este diagrama pode ajudar:



Existem crenças falsas e verdadeiras. A maneira como cada um escolhe para diferenciar falsas e verdadeiras é o que estuda a epistemologia. Uma vez que um tipo de crença é diagnosticada como real, ela ganha o nome de "conhecimento".

E o que isso tem a ver com comunicação? Mais precisamente, o que tem isso com a maneira de expressarmos o Evangelho?

É basicamente o seguinte:

1. Entendemos o Evangelho como a Verdade.
2. Existem diferentes posturas que diferentes pessoas adotam em relação à maneira como se chega à verdade (espistemologia).
3. Para cada maneira de se caminhar até à verdade, existe um modo diferente de se comunicar o Evangelho.

Pessoas basicamente adotaram as seguintes posturas ao longo da história: Dogmatismo (conhecimento a partir de verdades absolutas); Ceticismo (dúvida de que seja possível um conhecimento firme e seguro, sempre questionando e pondo à prova as ditas verdades); Relativismo (negação da existência de uma verdade absoluta. Cada indivíduo possui sua própria verdade); Perspectivismo (existência de uma verdade absoluta, mas ninguém chega a ela, senão a apenas uma pequena parte).

Ora, expor a Verdade a um dogmático é diferente de evangelizar um cético. Falar do Evangelho de uma maneira eficiente a um relativista exige uma abordagem distante do que seria feito para conversar com um cético ou dogmático.

A problemática dos tempos atuais é maior. Embora fale-se muito que a nossa contemporânea pós-modernidade seja a era do relativismo, é mais fácil crer que a maioria de nós é cético-dogmático-relativista-perspectivista. Ora sou dogmático, ora cético, para outro assunto sou perspectivista.

E a questão fica sendo como comunicar uma mensagem a alguém que é tudo isso ao mesmo tempo?

Alguns exemplos de desafios para a comunicação do Evangelho de ordem epistemológica:

1. Como falar do Cristo para pessoas de uma nação pós-Cristã?
2. Como construir um discurso para uma geração que crê na construção da verdade a partir de uma ótica individual e experiencial?
3. Se a construção da verdade é individual e subjetiva, como elaborar uma liturgia (coletiva por excelência) que leve o indivíduo à Verdade e como conseqüência, à adoração?

(este post estará em constante atualização e reforma).

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Janires e a poesia das missões urbanas

Talvez falar de Janires já 20 anos depois de sua morte seja um clichê. Entretanto, creio que não haja melhor síntese do que é fazer e observar missões urbanas do que esta:



É interessante que, ao longo da história humana, caminhemos de um jardim para uma cidade. Intrigante que os ministérios de Cristo e de Paulo tenham sido pelo meio das metrópoles da época. Decepcionante que algumas lideranças cristãs atuais ignorem os centros urbanos como campo missionário.

Janires descreve com maestria a situação da cidade "atrás da fumaça" e no meio da escuridão, causada pela nuvem de poluição, aponta para uma luz de um novo lar. Urbano. Uma Nova Jerusalém.

Para saber mais sobre Janires, clique aqui. Ou assista ao vídeo de Marcelo Gualberto:

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Piadas que Jesus contou



Para assistir com legendas, ative o comando na setinha do lado direito do player ou clique aqui.

Antes ou depois de ver o vídeo, desça com a barra de rolagem, vá até o post do Cheetos e dê uma olhada na imagem. Se quiser rir, pode. Não é pecado.

Sem entrar em teoria sobre "Desafios para comunicação do Evangelho", aqui vai uma dica prática: humor funciona! Jesus usou esta arma.

Agora me despeço. Tenho que ir ao banheiro. Puxe o meu dedo.

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Desafios para a comunicação do Evangelho



Infelizmente, o leitor tem que entender inglês para aproveitar o video completamente, mas acho que vale a tentativa, mesmo que você não seja um expert na língua.

Eu costumo dividir os desafios para a comunicação do Evangelho nos nossos tempos em três categorias: desafios de ordem epistemológica, desafios de ordem ética ou de ordem técnica.

Vou tratar com mais clareza de cada um deles durante as próximas semanas.

Mas como introdução, assista a esse vídeo e pense: a Igreja está preparada para disseminar o Evangelho fazendo o uso de toda esta revolução técnica?

Em que medida temos de remodelar a nossa linguagem para sermos compreendidos nesse mundo da "nova comunicação"? Quais são os fatores principais dentro de uma ética da comunicação no mundo pós-moderno?

Já adianto que não tenho resposta para tudo. Por enquanto, curtam o vídeo.

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terça-feira, 19 de maio de 2009

Jesus em forma de Cheetos?


http://colunas.epoca.globo.com/bombounaweb/2009/05/19/casal-acha-salgadinho-com-a-forma-de-jesus/

Não quero aqui repudiar, nem recriminar o casal que achou o tal salgadinho. Nem reclamar do tipo de cobertura que a mídia deu ou dará o caso. Lanço apenas uma pergunta: Por que procurar Jesus em sinais no lugar de conhecer o que ele fez enquanto esteve na Terra (por meio da leitura do Evangelho)?

Qual Jesus queremos conhecer? Um comestível e salgado? Um comercial, como o Deus-menino da música natalina? Um sofrido e derrotado, como o pendurado em crucifixos?

Creio que Ele passou três anos (relatados, 33 vividos) na Terra e não foi por acaso. Acredito nisto: Ele está ao alcance de todos. Basta ler o livro mais vendido do mundo.

segunda-feira, 18 de maio de 2009

Rick Wakeman: do alcoolismo ao cristianismo

Rick Wakeman, tecladista do Yes! confessa sua fé logo nos agradecimentos de seu livro autobiográfico (Say YES!):

Mildred Wakeman, who brought me to life
Cyril Wakeman, who shaped my life
Nina Wakeman, my partner in life
and Jesus, who gave me life



Rick Wakeman em show (Foto de Tim Ellis, sob licensa Creative Commons Attribution-Share Alike 2.0)



Para voltar a postar no blog, escolhi falar do aniversário de 60 anos do meu tecladista favorito. Um dos líderes do Yes!, banda de Rock Progressivo, ele gravou com Ozzy Osbourne e Black Sabbath, além de Elton John, Alice Cooper, Cat Stevens, David Bowie, entre outros.

Seu ingresso ao grupo britânico veio em 1971. A renovação de seus votos de fé ao cristianismo aconteceu em 1974. Desde o final dos anos 60, o tecladista lutava contra o alcoolismo, que já o tinha levado a alguns ataques cardíacos na época.

De lá para cá, o combate ao vício terminou, com um Wakeman vitorioso, que se torna sexagenário nesta segunda-feira. Para quem quer saber mais desta "Jornada do centro da terra até o céu", clique aqui.

Para um ótimo trabalho de música cristã de Rick, clique aqui.