sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

Conto da Cripta: Descobertas

Eu tinha 12 anos quando dei o meu primeiro beijo. Era uma menina mais velha. Filha do pastor, 14 anos, Luana. Cresci, fiquei muito mais próximo da igreja do que ela, que na semana passada se declarou homossexual. Fiquei sabendo hoje.

Por um instante pensei: "acho que não fui um bom primeiro beijo". Num segundo momento: "Nem a pau que fui o primeiro beijo dela". Uns 15 minutos depois disto: "Será que estou sendo homofóbico? Não, não. Ela chegou a me dizer que já tinha beijado outros garotos".

No fim das contas, sou só um gordinho inseguro.

Pego o telefone e ligo para ela. "Você já deve saber o que penso sobre homossexualidade. Não vou falar sobre isso. Quero apenas dizer que Deus te ama, embora não aprove tudo que você faz. Quero dizer que estou disponível para conversar e continuo seu amigo".

Fui o único a ligar até agora. Nem o pai telefonou. Como sou ridículo. Fico tentando mudar a religião, coisa que nem Jesus conseguiu ou mesmo tentou fazer.
Conto inspirado na família do Rei Davi e na vida de Esera Tuaolo, jogador da NFL que assumiu sua homossexualidade ao se aposentar. Tuaolo só recebeu ligação de um ex-colega na ocasião. Craig Sauer, cristão, disse de forma exemplar: "Você sabe que eu discordo da sua posição, mas você é como meu irmão. Se você é capaz de aguentar saber que vivemos discordando, ainda seremos amigos"

*Os Contos da Cripta deste blog são histórias fictícias de gente que está tentando morrer um pouquinho para que Cristo viva. É ficção, mas pode acontecer com qualquer um.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

Poema: Maconha Santificada

Talvez o que eu escrevi abaixo escandalize alguém. Peço a estes que se escandalizem com o que merece, de fato, nosso repúdio. O poema é inspirado em artigo do Rev. Digão, publicado no Genizah.

Maconha santificada

Vamos todos nos dopar
Nosso mestre-traficante
Seu nome idolatrar
Se na Graça a gente pisa
Nosso ópio a mente frisa
Sacerdotisa: grana e cobiça
Vamos nos alienar
Porque o ungido do Sinhô
Chegou pra abençoar
Vamos nos amordaçar
Calar, cegar
E o Evangelho achincalhar
Quem precisa de cruz?
Ou de humildade?
Sou filho do Rei
Já ganhei prosperidade
Restitui,
Quero de volta o que é meu
O barato tá passando, adeus!
E finalmente caio em mim
De direito meu: só fogo eterno
Sou mais um indo para o inferno