Por um instante pensei: "acho que não fui um bom primeiro beijo". Num segundo momento: "Nem a pau que fui o primeiro beijo dela". Uns 15 minutos depois disto: "Será que estou sendo homofóbico? Não, não. Ela chegou a me dizer que já tinha beijado outros garotos".
No fim das contas, sou só um gordinho inseguro.
Pego o telefone e ligo para ela. "Você já deve saber o que penso sobre homossexualidade. Não vou falar sobre isso. Quero apenas dizer que Deus te ama, embora não aprove tudo que você faz. Quero dizer que estou disponível para conversar e continuo seu amigo".
Fui o único a ligar até agora. Nem o pai telefonou. Como sou ridículo. Fico tentando mudar a religião, coisa que nem Jesus conseguiu ou mesmo tentou fazer.
Conto inspirado na família do Rei Davi e na vida de Esera Tuaolo, jogador da NFL que assumiu sua homossexualidade ao se aposentar. Tuaolo só recebeu ligação de um ex-colega na ocasião. Craig Sauer, cristão, disse de forma exemplar: "Você sabe que eu discordo da sua posição, mas você é como meu irmão. Se você é capaz de aguentar saber que vivemos discordando, ainda seremos amigos"
*Os Contos da Cripta deste blog são histórias fictícias de gente que está tentando morrer um pouquinho para que Cristo viva. É ficção, mas pode acontecer com qualquer um.
3 comentários:
Putz q texto, q tapa!!!
muito bom! quem dera a gente tivesse tamanha sabedoria...
valeu.
Tive um amigo homossexual na faculdade. Apesar de nossa proximidade e de ele suspeitar que eu sabia sobre sua opção de vida, nunca se sentiu à vontade em tocar no assunto comigo pelo fato de eu ser evangélica, por medo de ser rejeiado - fiquei sabendo disso por uma amiga em comum depois que ele foi embora para sua terra natal. Infelizmente, a igreja ainda se mostra incapaz de atrair essas pessoas.
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