Em postagem anterior, citei três categorias de desafio para a comunicação do Evangelho:
a) Epistemológicas
b) Éticas
c) Técnicas
Vou tratar da mais complexa para a mais simples. Primeiro. O que é epistemologia? Não deixe a palavra te assustar.
É a maneira como o ser humano trata o conhecimento. Como fazemos para chegar até a verdade. É o modo como a humanidade acredita que pode separar fatos de falácias.
Este diagrama pode ajudar:
Existem crenças falsas e verdadeiras. A maneira como cada um escolhe para diferenciar falsas e verdadeiras é o que estuda a epistemologia. Uma vez que um tipo de crença é diagnosticada como real, ela ganha o nome de "conhecimento".
E o que isso tem a ver com comunicação? Mais precisamente, o que tem isso com a maneira de expressarmos o Evangelho?
É basicamente o seguinte:
1. Entendemos o Evangelho como a Verdade.
2. Existem diferentes posturas que diferentes pessoas adotam em relação à maneira como se chega à verdade (espistemologia).
3. Para cada maneira de se caminhar até à verdade, existe um modo diferente de se comunicar o Evangelho.
Pessoas basicamente adotaram as seguintes posturas ao longo da história: Dogmatismo (conhecimento a partir de verdades absolutas); Ceticismo (dúvida de que seja possível um conhecimento firme e seguro, sempre questionando e pondo à prova as ditas verdades); Relativismo (negação da existência de uma verdade absoluta. Cada indivíduo possui sua própria verdade); Perspectivismo (existência de uma verdade absoluta, mas ninguém chega a ela, senão a apenas uma pequena parte).
Ora, expor a Verdade a um dogmático é diferente de evangelizar um cético. Falar do Evangelho de uma maneira eficiente a um relativista exige uma abordagem distante do que seria feito para conversar com um cético ou dogmático.
A problemática dos tempos atuais é maior. Embora fale-se muito que a nossa contemporânea pós-modernidade seja a era do relativismo, é mais fácil crer que a maioria de nós é cético-dogmático-relativista-perspectivista. Ora sou dogmático, ora cético, para outro assunto sou perspectivista.
E a questão fica sendo como comunicar uma mensagem a alguém que é tudo isso ao mesmo tempo?
Alguns exemplos de desafios para a comunicação do Evangelho de ordem epistemológica:
1. Como falar do Cristo para pessoas de uma nação pós-Cristã?
2. Como construir um discurso para uma geração que crê na construção da verdade a partir de uma ótica individual e experiencial?
3. Se a construção da verdade é individual e subjetiva, como elaborar uma liturgia (coletiva por excelência) que leve o indivíduo à Verdade e como conseqüência, à adoração?
(este post estará em constante atualização e reforma).
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6 comentários:
De fato a igreja precisa rever sua maneira de comunicar ... a essência é inegociável, mas a forma precisa ser urgentemente revista.
também escrevi algo sobre esse assunto no meu blog:
http://bjardim.blogspot.com/2009_02_01_archive.html
Abração !!!
acredito que a igreja precisa de uma apologética pós-moderna, algo que eu já vejo surgindo no Rob Bell, Driscoll, etc... um dia vi um comentário no youtube sobre um Nooma falando "o nooma me deu outra perspectiva de quem é Deus, abriu meus olhos" - legal ver que estas abordagens surtem efeito
Tendo a discordar, em algum tipo de tentativa de aprofundamento anterior à comunicação.
É preciso que existam técnicas de comunicação para que o evangelho seja repassado. Aliás pensar em proselitismo já não é deixar de praticar o evangelho em strictu sensu?
Defina proselitismo
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