Muitos têm buscado o Jesus histórico nos últimos tempos. Querem saber se podemos confiar nos relatos dos evangelhos canônicos, desejam compreender o que está escrito e como foram concebidos os apócrifos ou pseudo-epígrafos. Dizem: “E este novo evangelho de Judas?”.
O que me surpreende é que não vejo o mesmo entusiasmo na busca por um Jesus pictórico, talvez pitoresco. O Jesus gracioso, envolvente e cativante, do “deixe que venham a mim os pequeninos”. O Cristo das gravuras infantis, do sorriso paterno e da misericórdia infindável. O Messias que nega a possibilidade de subir ao trono e se doa e que é Senhor da inclusão, do amor, da justiça social.
No ‘mundo’, busca-se um Jesus histórico. Na ‘igreja’, se fala de um Emanuel abstrato, cuja importância está no nascimento, na morte e na ressurreição, muitas vezes relegando ao esquecimento seu ministério de três anos na terra.
Nas telonas do cinema, em cartaz, vê-se um Aslan, o pitoresco, a gravura, a expressão artística de um Emanuel vívido e vivido por C.S. Lewis. Um verdadeiro ‘Deus Conosco’, que mostra ao Príncipe Cáspian e aos outros aquilo que ele realmente quer: relacionamento sincero. No seu rugido, sua justiça. Na sua imponência de leão, o reconhecimento de quem, factualmente, ele é. Na ternura de atitudes e expressões, ainda que um selvagem felino, ele revela como o rei é cheio de misericórdia.
Leitor, sugiro que você visite a sala de cinema mais próxima e descubra como narnianos podem se assemelhar ao povo de Israel nos momentos do exílio. Como os telmarinos se assemelham à raça humana em muitos aspectos. Enfim, faça as suas próprias descobertas pictóricas.
terça-feira, 17 de junho de 2008
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